sábado, 6 de fevereiro de 2010

Culpa de ninguém, só da vida. Mas barra não é qualquer um que segura, certo?

Fisicamente eu nunca me encaixaria em lugar algum. Eu deveria ser bronzeada, esportiva, loira - jogadora de vôlei mas no lugar disso, eu tinha pele branca apesar do sol constante, sem nem ter a desculpa de ter olhos azuis ou cabelos ruivos. Sempre fora meio magra, mas nem tanto, obviamente não era atleta. Não tinha a coordenação motora necessária para praticar esportes sem me humilhar - e machucar a mim mesma ou qualquer um parado muito perto de mim.Encarando meu reflexo pálido no espelho fui obrigada a admitir que estava mentindo para mim mesma. Não era só fisicamente que eu nunca me encaixaria. Talvez a verdade fosse que eu não me relacionava muito bem com as pessoas, ponto. Até minha mãe, que era a pessoa mais próxima de mim no planeta, nunca estava em harmonia comigo, nunca estávamos exatamente de acordo. As vezes imaginava se eu via as mesmas coisas através de meus olhos que o resto do mundo via com os deles. Talvez houvesse um problema no meu cérebro. Mas o motivo não importava. O que importava era o resultado.Não dormi bem naquela noite, mesmo depois de ter chorado tudo que precisava. O barulho constante da chuva e do vento no telhado não saiam da minha mente. Puxei a coberta desbotada sobre minha cabeça e depois adicionei o travesseiro também. Mas não consegui dormir até depois da meia-noite, quando a chuva finalmente diminuiu para um chuvisco.Cerração fechada era tudo que conseguia ver pela minha janela de manhã, e pude sentir a claustrofobia começada. Não se podia ver o céu aqui, era quase uma jaula.

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